sexta-feira, 1 de junho de 2012

CELSO DALMASO NA DIÁRIO TV

“Se a população não banir os corruptos, isso não vai mudar”
- Representando o PSC, Celso Dalmaso fala dos recentes escândalos que abalaram a cidade e também o resgate da vocação turística do município
Anderson Duarte e Joanna Medeiros
Novamente as páginas de O DIÁRIO dedicam seu espaço para a série de entrevistas com os políticos e os partidos que pretendem apresentar propostas e soluções para a administração municipal em outubro próximo. Em nossa segunda entrevista temos o primeiro caso de pré-candidato o cargo de prefeito indicado por uma legenda, é a situação do engenheiro civil Celso Dalmaso, que concedeu entrevista nesta condição, homologada pelo seu partido, o PSC. Celso foi entrevistado nos estúdios da Diário TV, nesta terça-feira, 29, e escolheu falar sobre duas áreas de atuação: o Turismo e a Saúde. 
Desde a edição de ontem os teresopolitanos começam a ter o primeiro contato com os pretensos candidatos e seus partidos para sejam colocadas propostas e plataformas de atuação. Conforme estabelecido em reunião com as siglas, todos os entrevistados disporão de tempo e espaço em nossas publicações para expor ao eleitor de nossa cidade o que pretendem mudar ou realizar para que o município prospere administrativamente. Todos os trâmites legais e exigências determinadas em Lei foram cumpridos pela direção da empresa para que o princípio da isonomia seja respeitado em todo o processo. Celso esteve assessorado pelo presidente de seu partido, Fabio Ribeiro e outros membros do diretório municipal. 
Questionado sobre a real vocação turística da cidade, o ex-prefeito não hesitou em afirmar que Teresópolis nunca perdeu tal característica, mas que precisa se adaptar a nova realidade do setor. “Teresópolis sempre teve esta vocação para o turismo, seja pelas belezas naturais, seja pela hospitalidade, a cidade sempre teve no turismo uma atividade econômica excepcional. E não é a toa, pois com isso conseguimos ativar a economia e fomentar as atividades econômicas mais diversas. Mas tem um adendo, nós não podemos simplesmente falar das nossas belezas naturais, devemos promover o fomento de todo o processo que compreende o turismo, estimulando assim que as pessoas venham até aqui, o que estimula o desenvolvimento da nossa população”, explicou Celso.
Segundo o engenheiro, as nuances que envolvem o turismo e o seu desenvolvimento em si são bem maiores que simplesmente usar as belezas naturais de nossa cidade e devem ser encaradas profissionalmente. Questionado sobre a questão do investimento em infraestrutura para receber o turista, o político também adotou um discurso firme na manutenção de propostas neste sentido. “Chegamos ao ponto de uma total incompetência generalizada no turismo de nossa cidade. Hoje não temos um processo específico e profissional nesse sentido. Falo por experiência, pois implantamos na cidade um projeto que visava transformar o município através da prática e da vivência do esporte. Vamos citar: temos a CBF, que levou o nome do esporte para o mundo todo. Fizemos um trabalho profundo e havia um projeto de transformar Teresópolis na cidade dos esportes. E a juventude precisa desse estímulo para permanecer em nossa cidade, mas infelizmente isso tudo terminou”, disse. “A questão da infraestrutura é simples de ser entendida: como falar de turismo se com a menor chuva a cidade é tomada por enchentes e ganha a mídia nacional como palco de grandes e recorrentes catástrofes. Há anos não se draga o Rio Paquequer, o extravasor não é usado do jeito que precisa. Com isso o rio transborda, causa prejuízos para o comercio e a imagem da cidade fica péssima lá fora. Neste sentido, como colocar o turista na cidade se o projeto de resgate e recuperação da cidade não existe”, explica o engenheiro.
Também questionado sobre as grandes competições que se aproximam em nosso país, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, Celso afirmou ser quase impossível poder ganhar algum tipo de beneficio com os eventos sem que se reorganize o município para tal e exemplificou. “As vítimas da tragédia ainda estão ao relento, vários recursos foram desviados, e essa corrupção precisa acabar, o lado humano precisa ser resgatado, o estado e união precisam vir para cá, mas falta credibilidade. Devemos aplicar, com transparência, o dinheiro público, e nesse momento, para o resgate da nossa cidade, com turismo em progresso, devemos ter um governo participativo, integrado com a população, devemos resgatar o processo de participação e ai sim, a gente resgata a imagem de nossa cidade, que amamos e que escolhemos para viver. Sabemos do potencial imenso que ela tem, mas nada pode ser feito sem que organizemos nosso quintal”, lamentou o político.
Sobre a possibilidade de parcerias entre a iniciativa privada e o setor público no setor do Turismo, Celso afirmou: “Pode e deve se buscar esta parceria, especialmente com a mídia nacional. Tivemos um investimento muito grande em parcerias com as redes de televisão. A rede globo é o maior veiculo de divulgação, tivemos vários eventos com a força da mídia nacional, e isso é possível. Contudo, é preciso que haja projetos sérios. Temos que resgatar nossas bandeiras, como A Cidade dos festivais, para que Teresópolis possa sonhar novamente em ser reconhecida pelos seus eventos”, disse.
Seu segundo assunto escolhido para a entrevista foi a saúde e para iniciar sua explanação sobre a área decidiu contar um episódio vivido enquanto era prefeito. “Quero contar um fato, no período de nossa administração, quando tivemos um evento da maior importância para nosso estado e naquele momento senti muita emoção e fiquei realmente feliz, que foi a vinda do cientista Albert Sabin, inventor da vacina contra a pólio, e que tenho grande satisfação de relembrar isso. Foi um momento sublime, o gesto da presença dele foi significativo porque ele disse ao então governador do estado, Moreira Franco, que queria conhecer um sistema de saúde em franco progresso dentre as cidades fluminenses. E nesse sentido Teresópolis foi escolhida como o município que mais avançava na saúde pública. Não há nada que possa substituir saber que eu estava no caminho certo. Aumentamos de 30 para 200 mil anuais os atendimentos nos postos e trouxemos o primeiro convenio com o SUS. Teresópolis vivia um momento de resgate da saúde pública. E hoje, não consigo entender uma cidade que tem uma faculdade de medicina de alto padrão que tem leitos suficientes e que faça esse atendimento débil, frágil que temos hoje. Eu não posso compreender senão pelo lado da negligência, da incompetência com a população com relação a isso”, disse Celso.
O político ainda falou sobre a organização do Sistema Único de Saúde em nosso município e as dificuldades desta gestão. “Isso cai sempre na questão do município, porque as pessoas reclamam sempre com a prefeitura, e na responsabilidade do prefeito. Por isso é necessária uma gestão competente. Até pouco tempo se fazia hemodiálise em outro município, até hoje não se faz exames de coração simples. É impossível não ver isso como falta de competência. Temos um sistema de saúde compatível e por que tudo não funciona, por falta de gestão competente. Podemos ter, por exemplo, o programa médico de família, dividindo a cidade em região, para atender as pessoas em suas residências, assim a população se sentiria realmente protegida. É o que resolve. Mas não temos na cidade um trabalho efetivo. Os municípios que querem trabalhar tem tido recursos, a partir de bons projetos. É muito fácil fazer desde que haja vontade política e competência”. “Nós vimos em um passado recente escândalos na aquisição de remédios, e isso acontece há algum tempo. Administradores da saúde envolvidos em corrupção, sendo que isso é o mais importante, tratar das famílias, das crianças, não se trata de móveis e sim de pessoas. A constituição diz que a saúde é direito do cidadão e dever do estado, não é concessão política”.
O pré-candidato do PSC finalizou sua participação na série de entrevistas falando sobre o atual quadro político da cidade e também os últimos episódios de corrupção na administração pública. “Os instrumentos modernos de acompanhamento do trabalho político são importantes, mas, sobretudo o interesse da população é muito mais importante. Temos que escolher pessoas que possam mudar esse quadro. Se a população não banir os corruptos, Teresópolis não vai mudar. 
Os noticiários mostram não mais as belezas da cidade, mas agora está nas páginas de escândalos políticos. Temos que ter responsabilidade, coragem, participação da população e vontade de mudar esse cenário”. “Eu respeito o estado de espírito da população por tudo o que passamos recentemente. Foi uma decepção geral, e infelizmente a cidade nunca atravessou uma fase tão cruel. O pior é que permanece na mesma situação. Como podemos ter uma população esperançosa? Temos uma responsabilidade muito grande com isso, temos que debater esses assuntos para que se possa conseguir um caminho alternativo. Tenho certeza das dificuldades de nossa população, queremos ter a convicção de que somos bem atendidos”. “As pessoas estão afastadas da política, porque os políticos fazem as coisas e não querem que a população veja. A população não merece nada disso, ela é vítima de todo o processo. Todos acreditamos e fomos traídos. Todo esse processo de mudança vai começar em casa, junto com todos os segmentos da população. Sonhando com dias melhores para o nosso povo, nossa gente”, finalizou Celso.
Todo o processo de idealização da série de entrevistas, bem como o prosseguimento do mesmo que ainda prevê a realização de outra série com já candidatos e dois debates entre os mesmos, foi construído coletivamente entre o Grupo Serra Comunicações, que administra o jornal e a emissora de TV, a OAB em Teresópolis e especialistas em ciência política, que participaram da construção dos questionamentos e temas a serem debatidos nos próximos dias. Todo o material produzido nas reuniões, bem como as regras e normas, foram devidamente comunicados a Justiça Eleitoral em nosso município, que também deve enviar representantes em todas as gravações.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário